O que vivi do racismo institucional e estrutural


 que narrativa de história você ajuda a construir ou manter? | foto: pixabay


Me perguntaram nessa semana quando foi que senti o racismo na minha vida profissional. E a minha resposta, quase automática, foi: mais fácil lhe dizer quando não. Em um cenário em que as oportunidades não surgem para todos e sonhos são sufocados como consequência de uma estrutura institucionalizada e escancarada no Brasil, é lógico que pessoas negras vão sentir o peso do racismo a vida inteira.

Antes vale lembrar que...

É importante iniciar essa conversa deixando claro que o racismo no mercado de trabalho (e nas demais relações) não é marcado e validado necessariamente de forma nominal, isto é, quando alguém agride verbalmente o outro, a partir das características físicas ou de forma pejorativa (a injúria racial). Ele está no cotidiano, nas articulações sociais que consolidam constrangimentos e práticas que colocam as vítimas em condições diferentes dos demais membros de uma equipe, muitas vezes disfarçado por àquele velho e conhecido discurso do mérito. Talvez por isso seja tão comum pessoas, com a realidade diferente da encarada e sofrida por pessoas negras, não sentirem o peso dessas relações e atos no dia a dia e, desse modo, tenham tanta dificuldade em considerar real e agressiva algumas de suas práticas diárias.