Livre da espera


A vida parece melhor agora, após as esperanças que estavam sendo ceifadas finalmente morrerem. Antes elas penavam alimentadas pela espera, cuja consequência maior foi o desgaste. Remei para lugares que nunca imaginei um dia.

Dizem que a liberdade não tem preço, mas eu acredito que ela tem o valor que creditamos a ela. Nada pode valer mais do que a paz interior e a sensação de que não está na espera de algo que nunca virá. A crença é de que somos do tamanho da paz, quanto maior, melhor.

Por isso, enterrei você, após inúmeras vezes lhe pedir um espaço para entrar e permanecer na sua vida. Recebi em troca a rejeição e fui direcionado a locais e sensações indesejáveis. Rejeição contínua, nada nunca estava bom.

A sensação de impotência vinha da impressão deixada pela sua postura de nunca encontrar nada de bom em mim. Para você, eu sempre era insuficiente, cheio de defeitos. Cego e esperançoso, batia na sua porta. Gostaria de ser qualquer coisa. A resposta era dura e silenciosa: “não me serve de nada”.

E quem é que vive de rejeição? De espera? Eu estava no limiar entre uma versão abandonada por mim mesmo e a liberdade capaz de me tornar maior do que você me fez crer. Quando a liberdade chegou, ela atropelou tudo que me aprisionava a você. Livre, me sinto bem.  A paz do tamanho do mundo reina em mim. A você, apenas o sentimento de espera. Porque vez ou outra as voltas são dadas e colhemos os frutos das ações que promovemos.  



  

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