Bússola



Quebrei grandes pedras com as próprias mãos
E os pedaços que restaram ainda são grandes e largos
Caminho por eles em corredores largos disfarçados de paz,
Pareço à deriva num horizonte apático

Navego impacientemente em águas incertas,
Pareço esperar qualquer sinal estabilidade
Parece tão injusto e inútil não saber quem é você, 
Quando você sempre soube tudo de mim

Um sopro seu e a rota muda,
Como acordarei amanhã? Pergunto todas as noites
A imprevisibilidade que um dia excitou
Hoje me deixa em pânico, porque o desejo é por paz

Você é o desejo, um grande truque e não percebo?
Navego à deriva atrás de um desejo, desejos são reais?
As vontades do desejo continuam latentes e previsíveis,
Mas a navegar é cada vez mais incerto

É a indeterminação que nos une e afasta, oprime e liberta,
Se ao menos eu encontrasse a bússola perfeita
Para acabar com o navegar até o tal desejo,
Encontraria a paz em viver comigo mesmo 










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