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As folhas caíram
As páginas do calendário foram destacadas
Velas foram assopradas e esperanças renovadas

Redemoinhos imaginários reordenaram vidas
O que estava em cima desceu
O que estava embaixo subiu

Nas brigas de mentira
E nas falsas despedidas
Se perguntavam como seriam os próximos anos

A distância entre os dois parece maior do que a real
Continuam ali, lado a lado,
Na mesma cama, no mesmo quarto

Mas a única real preocupação dele
Era de que tudo isso não chegasse aos seus olhos
Nem aos de quem amou
Porque foi por eles que tudo começou



Comentários

Emi disse…
Sinceramente, tô sem saber o que dizer. Lindo demais. O tempo 'ao mesmo tempo' em que faz bem, sabe ser cruel como ninguém. Ora é justo, ora injusto demais. A gente nunca sabe o que esperar dele, porque o que parece ter ido embora às vezes não foi, ficou camuflado. E o que prometia maravilhas falhou, meio que vive de altos e baixos. A gente nunca sabe. Nunca mesmo, mas viver é isso mesmo. Se já soubéssemos de tudo, não teria graça.

Tá arrasando, viu? *-*
Um beijo, amigo!
Vinicius disse…
Fico feliz que tenha gostado :D
Vinicius disse…
Pois é Dona Emi.
O tempo é um dos poucos fenômenos que provocam/deixam marcas de forma subjetiva/singular. E essas marcas deixam outras consequências. Lutamos em deixar que essas marcas, pedacinhos minúsculos, nos deixem, porque são estruturais.
Esse "quê" de imprevisibilidade ao mesmo tempo que excita, caleja, porque no fundo queremos sempre a mesma coisa: a tal felicidade e sentimentos verdadeiros. E como nosso tempo é minúsculo, quase desprezível para o universo, queremos logo, agora. É uma fome por felicidade constante.

Obrigado pela visita e comentário, grande beijo!