Olhos azuis

A menina dos olhos azuis vivia esperando o dia começar. Sonhava com os momentos em que pensava durante a noite, sonhava com as horas do novo dia. Imaginava àquele mundo tão seu e as suas mãos deslizavam pelo seu corpo, enquanto desejava abraçar os seus sonhos.
Todos os dias quando recebia uma carta, corria até a porta para recebê-la com seu sorriso característico. A carta sincera, tão dela, a levara as nuvens antes mesmo de abrir. Na leitura, se perdia nas palavras lidas. Traduzia tudo por meio dos sonhos e expectativas que criou. Ironicamente àquilo parecia fazer bem. Ela sempre lia sorrindo e olhava para janela como se pudesse avistar no horizonte àquilo que a completara.
Quando percebia que já havia poucas linhas para terminar de ler, diminuía gradativamente, desejando que aquele momento fosse o mais longo possível. Sorria, sentia. De repente um vazio tomava conta do seu coração: as palavras terminaram. Ao se despedir das palavras que leu, sentia que se feria mais uma vez.
Tenebroso! Sempre temia o vazio e os estragos que ele era capaz de fazer. Deitava novamente na cama, sonhava e desejava o próximo dia. Um ciclo. Se iria aguentar por muito tempo, não se sabe. Desconfia-se que no fundo ela desejava rompê-lo, mas por causa dos sentimentos criados, não conseguia.
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