O silêncio e os seus efeitos




            - Amor, você me ama? pergunta o jovem.
Segundos após um momento de silêncio...
- Ah sim! Claro que sim! Seu bobinho... responde a namorada.
O jovem para por alguns minutos, fita o semblante da moça e começa a pensar no que àquele silêncio quis dizer. Pensou, imaginou e se fechou. Desmanchou o sorriso espontâneo, parou de acariciar os cabelos dela e por fim afirmou que iria andar um pouco.
Caminhando por aí, pensante, criou cenas e contextos. Tentava se esquivar de pensar em um possível significado negativo fruto de um silêncio momentâneo. Nada adiantou, na sua cabeça só uma coisa era importante: saber a verdade. O que àquele silêncio queria dizer? Podia ser tudo, ou poderia ser nada, mas somos tão teimosos e curiosos que até no silêncio vemos coisas que não existem. Quem garante que a jovem não estava apenas distraída, pensativa no momento da pergunta? É uma das possibilidades.
O silêncio é uma forma de comunicação que, muitas vezes, perturba mais o nosso inconsciente do que um conjunto de palavras. Como o silêncio diz e como o silêncio abre caminhos para pensarmos em coisas, que são baseadas nas reais e ao mesmo tempo são frutos de nossa imaginação.
O silêncio cansa e muitas vezes incomoda. Só nos damos conta de sua presença, quando sentimos os seus efeitos. Quem gosta de falar sozinho, estando com alguém? Provavelmente ninguém. Por quantas vezes nos interrogamos e criamos pressupostos devido ao silêncio e no silêncio?
O olhar chega e ao mesmo tempo confunde, qual será a verdade? O que será que àquele vazio do silêncio quis dizer? Quando descobrirei? As respostas não parecem tão claras e objetivas. As conclusões possuem lacunas frente à realidade, mas a imaginação é alimentada em silêncio.
De uma coisa não se pode ter dúvida: o silêncio ocasiona consequências, deixa marcas ou cicatrizes, tudo numa realidade multifacetada entre a positividade, negatividade, neutralidade e expectativas. O silêncio é um, mas os seus efeitos são múltiplos. 



Comentários