O tempo que se gasta não é o que se tem




Ingenuidade ou não, acredito que se você passa muito tempo descrente demais, odiando demais, passará pouco tempo amando e aproveitará muito menos esses momentos, cada qual em seu ritmo para curar as próprias feridas. Quem está do lado de fora costuma acreditar que as soluções são muito mais fácies do que quem está vivenciando o fato. Por isso, acreditam que o ódio ou a descrença momentânea são sem fundamento.
            Talvez se estas pessoas colocassem a mão em um caldeirão de água fervendo e falassem que estão se queimando e eu dissesse que não, porque estou de fora, seria provável que eu fosse considerado um insensível. Absurda ou não a comparação, mas é este o caminho para atentarmos a singularidade de percepção das situações.
Você só entende o quanto dói uma martelada no dedo, quando sente uma. É a mesma coisa com os problemas. Ninguém pode achar que é fácil demais, se nunca nem chegou perto. Ninguém tem o direito de achar que o outro é fraco, porque precisa de mais tempo para superar experiências. Mas tudo isso não impede de ajudar de quem está dentro. Convém observar em que ritmo esta ajuda chegará. O tempo que a gente gasta não é o mesmo que a gente tem.
            Cada qual em seu tempo. Tempos operam em um único mundo e em um único tempo. Não existe rapidez para curar feridas. Este é o curso espontâneo das coisas. A vida é irônica, e essa ironia às vezes é perversa. Você faz de um tudo pra fugir de algo, ou esquecer certa pessoa, e não é que o destino faz com que você passe por àquilo de novo? Injusto? Talvez.  Para aprender algo não aprendido na primeira vez? Pode ser também.
O fato é que a repetição se torna gasta, chata e muitas vezes até enlouquecedora. Um cansaço de tudo e de todos vem a sua mente. Fora a cobrança externa a interna. A externa é bem perigosa, mas creio que a interna é pior ainda. Por fim, vale lembrar mais uma vez que o tempo que se gasta não é o que se tem. A vida continuará sendo irônica e existirão tempos dentro de um único tempo. Este é o ciclo inerente de nossa existência. Aborrecendo-se ou descreditando as coisas, são fases de tempos.

Sobre o atual momento:
Estou muito certo do que sou e do que quero. Disso não há duvidas. Por mais que alguns pensem que estou perdido, não estou. Acontece que tenho muitas e muitas vontades, assim como múltiplas possibilidades de realizá-las. O silêncio pode ser o meu aliado, porque evitarei longos desgastes.

Uma música boa para o fim do dia:
Tempo perdido – Legião Urbana.



Comentários

Brunno disse…
Em: 18/09/2008 16:06:35

ai amigo, adorei o post *-*
sem mais!